sexta-feira, 2 de julho de 2010

A lição da Copa do Mundo

Apesar de ser um admirador do futebol, não consigo sentir paixão pela Seleção Brasileira. Sei que o futebol é o cartão de visitas do Brasil, mas, ao mesmo tempo, é um dos instrumentos de manipulação mais malignos do poder. As grandes emissoras e a classe política fazem uso do fanatismo pelo futebol para manipular a população brasileira e fazê-la esquecer ou ignorar os verdadeiros problemas do país. Enquanto a Copa é disputada, o Congresso aprova leis em proveito próprio, desastres naturais ficam em segundo plano e paira uma atmosfera insuportável de ufanismo. Copa do Mundo é festa, não patriotismo. Ser patriota é honrar a pátria trabalhando, estudando, sendo honesto, valorizando a cultura, buscando o desenvolvimento pessoal. Enfim, ser patriota é querer o desenvolvimento do país e lutar por isso. É ser prudente no trânsito, respeitar as pessoas, não bancar o esperto, não passar a perna nos outros, não colar nas provas, não dar propina. Nos últimos dias presenciei diversos veículos com bandeirinhas do Brasil penduradas e, ao mesmo tempo, fazendo manobras arriscadas e colocando em risco a integridade de outras pessoas. O que adiantam as tais bandeiras se não há respeito ao próximo? Patriotismo não é festa. O povo brasileiro é festeiro, mas não é patriota. A Holanda deu um basta na festa e, felizmente, devemos aos holandeses a volta do país à normalidade. Se fosse o contrário, se tivesse a Holanda perdido a partida, ao menos os holandeses teriam como consolo um país desenvolvido, com qualidade de vida, pouca desigualdade social, índices baixos de violência e um alto nível de educação. Resta aos brasileiros, agora, trabalharem por um país melhor.

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